
A gaiola é de palha trançada, a gaiola é uma metáfora engraçada, a gaiola é fora de moda.
A língua da cobra é bifurcada, inquieta, curiosa, venosa.
No fundo da gaveta da penteadeira guardo um olho de boi, vegetal, cheio de benzeções e mandingas. Isso é um segredo, ou era.
Animais no trânsito, souvenirs de momentos insosos, ecos de frustrações e asperezas.
Acordos descumpridos, contratos rompidos, um alívio, nenhuma dor. Quem ler isso entenda que aqui não se trata de dor, porque há ceticismo e constatações apenas.
E eu atendo pedidos de socorro, eu entendo mulheres, eu vivo o mundo cão. Então, fico bem com meu desejo de entendimento, que é insistente e tem ouvidos caninos. E penso num sujeito aparentemente implacável no texto que é perversinho e divertido. Mas ontem ele falou com singela gentileza: flores, Juquinha, mulheres/flores...
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