terça-feira, setembro 04, 2007

Sozinha


você percebe. Percebe que foi enganado(a) desde sempre e pensa no Roger Waters, o único que te avisou em tempo hábil, pena que você estivesse chapado(a)....
No lombo daquele livro, na orelha de burro tudo pronto prá te engabelar. Nos escritórios perfumados, nos consultórios cheios de frescuras, nos elevadores lotados de funcionários públicos, na entrada e nos corredores de hospitais, na eficiência dos bancários.

Constatações do tipo levam ao lixo que se acumula junto com a merda da humanidade (heim?). As palavras rebuscadas, o dialeto culto e troncho, essa coisa de documentar e sacramentar propriedades, registros, contratos.

Mas com um bocado de cuidado às vezes rola uma certa honestidade, alguém que diz: não sei, vou descobrir. Você mesmo que impetra a lei do phoda-se, enfrenta só um desafio de se virar nessa babel de línguas, teorias e leis... E descobrir e recobrir, descobrir, sei não... Tudo agora é uma corrida contra o tempo, contar as coisas, equilibrar, contabilizar e computar em silêncio o néctar dos momentos vividos com quem já não está aqui, a intimidade e o privilégio de possuir sua própria contra-cultura atemporal.