quarta-feira, junho 27, 2007

No?

Encho o saco, sei disso. Talvez venha mesmo a ser o propósito de tanta metafísica pós século XX , a falta do olho esquerdo aliada a paralisia do pé direito que me obriga a usar essa muleta reciclada. Contudo, desejo demonstrar que a questão do aquecimento global só se resolverá quando Fidel encarar Grouxo Max e Chavez puder imitá-lo, revelando onde repousam seus melhores afetos.
Estou ficando amiga dos meus inimigos e brigando com o populacho, coisa que já faço um tanto tardiamente, essa gente vil que me exaspera desde a infância. Me refiro aos pobres d'alma, aqueles mendigos, órfãos da nobreza. Abaixo a imperativa mediocridade mediana dos medíocres inimigos meus.
Pretendo ainda essa semana visualizar a quantia irrisória de dois milhões e duzentos mil reais... Isso se concebe fisicamente, dá prá empilhar e dividir, suponho. Mas eu ainda hei de vê-los, ainda que seja em sonhos.
Meu tijolinho vermelho, livrinho que me acalentava a alma desde abril chega ao fim, se desdobrando em muitos outros modos de se alinharem as letras, razão pela qual não fiquei desamparada na minha guerrilha pessoal onde buscava encontrar lógica para minhas elocubrações ínfimas e mesquinhas.
Você jura que leu isso? Então já é um herói e está desimpedido do compromisso de me esculhambar, eu me viro muito bem sozinha.

quinta-feira, junho 14, 2007

Transgressão

as origens da moral
nem totem
nem tabu
isso imoral

mesa de chá
sempre à tarde
olhos devoram mãos
mãos devoram olhos

sombras se espalham
perspectiva, aviso:
mais pressa
fujamos depressa

preserve o amor
essa promessa
orquídea no xaxim
discreta brotando

conheço coerência?
química mente
profusão de neurônios
demônios que mentem

na lida diária
passagem de volta
idas às quimeras
atravessamos eras,
eu sei...

de novo
quebrando a casca do ovo
renascendo um e outro
resumo tudo em uma palavra,
e não conto!

domingo, junho 10, 2007

Sociedade, lugar e culpa


É pessoal ou de todos a responsabilidade pela pobreza? A culpa é um sentimento que vitima e inutiliza, grande parceira do medo, ela atormenta uma enormidade de pessoas que valem a pena, sic. Porque é preciso direcionar ou remeter a um terceiro a responsabilidade de fraquezas outras? Insucessos? Falhas pessoais, falhas sociais... São diferentes, eu sei, mas não são de uma mesma ordem?
Culpa é também um recurso social, usado às vezes como forma de minimizar gente "indefesa". Pobre tem culpa de ser pobre? Analfabeto é analfabeto por escolha? Isso que me parece confuso, por que há discursos que pretendem a rigidez do direito e do espaço humano, militamos sempre em prol do respeito aos direitos humanos e muitas vezes calamos injustiças claras debaixo do nosso nariz. Ninguém quer essa responsabilidade de permitir a cada um, o espaço de cada um. Nem nós mesmos queremos ser mártires dessa militância.


É agora que entra o medo dos julgamentos, quando é preciso lidar com as contradições sociais, com o impacto do desdireito imperativo.
Quando não se quer perder o que tem. Quando é vez do caráter, do signo da personalidade, grande desafio da humanidade pessoal, da justiça. É possível viver com dignidade e sem culpa e ter o delicado essencial dia a dia?


O que vem depois do capitalismo? O que veio com a falência do comunismo? Ideologicamente estamos a pé? Nus? Órfãos?


São perguntas chatas, respostas difíceis. Eu queria um chãozinho para todos, para não delirar no domingo, esse dia de explicitar diferenças. Ih ... meti o dedo na ferida...

sexta-feira, junho 08, 2007

Amigos sempre



Eu ia andando pela manhã, e queria falar de coisas que são improdutivas e fora de pauta. Eu queria mesmo era encontrar alguém prá ser pessoa minha amiga, amiga nova, que fosse engraçada e inteligente, não sentisse inveja, nem fizesse intrigas e pudesse ver comigo quanta coisa acontecendo nesse momento de alerta e mundo louco, amigo sempre. Enquanto espero esse amigo ideal, esqueço minhas aporrinhações. Porque agora mesmo há uma exposição de quadros, um sem número de grandes versos, música de orquestra, música de viola e improviso, jazz e pop e rock, e o prazer de esticar as pernas na rua, o meu livro fechado me reservando mais revelações surpreendentes, roupa nova e sapato velho.
Agora não me sinto mais tão só, me chega um mail tão gentil, notícias hilárias do Brasil, venta agradavelmente, meu copo d'àgua, sorry, hoje quase nem tenho mais o que dizer.
Eu sei, eu sei, faltou alguma coisa na edição passada, o poema para a múmia tá de posse do Roy... esse editor alucinado.