domingo, outubro 08, 2006

Veludo

Há uns dez anos, mais ou menos, tivemos um peixe azul, de briga, seu nome, Veludo. Viveu conosco por um curto período de seis meses e deixou um registro no dia de sua morte, no diário da época.

Desde que vi tal registro, em letras claras, nesse obtuário improvisado, me perguntei quantos Veludos atravessaram minha vida, ocuparam meu afeto, meus cuidados, inspiraram paixões que flamejam no amanhecer.

Há Veludos que são eternos, vão se fisicamente e continuam a interrogar pelo próximo evento de amor, os gestos perdidos ou achados na memória, aquele luto que não se fecha, implorando protestos negros exibicionistas.

Cada dia que passa cuido melhor dos meus Veludos, por saber que um dia hei de perdê-los, por conhecer a intensa felicidade de tê-los, por viver um subreptícil medo, atravessando a espinha, como um aviso, uma ameaça odiosa...

Não, eu não saberia perdê-lo...

Um comentário:

Anônimo disse...

Salve Veludo... (K)

RF