segunda-feira, outubro 09, 2006

Improviso para assustar a solidão

Tranquei o caderno, vou falar como quem se despe, o que só pode ser mais divertido. E fazer música atirando o chinelo na parede, o cachorro no sofá, a louça na pia...

"aqui prá nós, cantar não está prá peixe, tem coisa transformando água em pó, amigo velho amar não interessa, eu quero é destilar as emoções"...

Linda música, mas amar me interessa sim, é só o que interessa, e saber seus pensamentos, e confiar nos momentos, destemperar o concreto, correto, burocrático, massacramentos que nos impõem.

Enquanto houver coragem para enfrentar essas tardes cinzas, haverá força e crescimento, um frequente aumento, senão do lucro do pedaço de papel verde, o lucro da superação, o riso, o passo ensaiado, agora preciso, porque há rumo e direção.

O resto são pássaros coloridos, águas translúcidas e pessoas bonitas, surgindo no verde, nos cabelos de nuvens, nos olhos de lua em imensos lençóis. Esse fantástico cinema grátis, cultivado na escuridão.

Segura firme, é travessia, pega a minha mão.

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