quarta-feira, setembro 06, 2006

A farta loucura

Desse ponto em diante é impossível dar asas à razão. Opostos, limites, se manifestam em curso livre, como numa forte correnteza de rio. Afetos, humores flutuantes, apaixonados, estarrecidos, irados ou delirantes, se alternam intermitentes.

Essa loucura desencadeia-se a si mesma, mira o inatingível, sem ela onde caberia o abissal do amor?

Como suportar a insuficiência senão na fusão com o outro? A intelectualidade sucumbe a outros apelos, primitivos. É um vazio do Saara, o rompimento de um dique, um fantasma e sua extensa sombra sob o sol. A geometria inventa o paralelo oposto. Esse fio que se desnovela, focalizando palavras e comungando silêncios...

Enfim, atentos que somos à nada simples delirância, num mundo onde imperativa é a crueldade, como num manifesto de Artaud, num teatro aberto e perverso, desafio mesmo é a construção de um amor inventado, além do fascínio ou da confusão, que não se dissolva na amplidão de seus ecos.

De resto queima e gela uma voz meio rouca e um par de olhos intrigantes.

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