
Um rico repertório de imagens românticas e fotografias de família dão ambientação às quimeras que envolvem relacionamento ambivalente e conflituoso: mãe/filho(a).
Essa que nunca teve aniversários na infância e nem presentes e nem amiguinhas rindo e dançando. Bonecas, talvez, bonecas... A mais miserável das meninas é capaz de compor sua boneca de trapo ou sabugo de milho ou de um objeto fantasiado.
Instabilidade doméstica, um vai e vem de situações limites, muita confusão pouco norte. Um certo dia prometiam mudanças que sempre pioravam as coisas. Noites em vigília, medo de demônios e maus tratos. No terreiro um cachorro negro avançava e tinha unhas compridas.
A morte a surpreendeu diante do espelho boquiaberta. Uma redação na escola foi premiada, palco, mãos e voz trêmulas, seu talento, sua surpresa.
No sofá esquecida jazia a mãe ausente, remédios, doenças, remédios.
Cresceu, teve seu momento fértil, esqueceu o ambiente e seus processo de dilapidação, abriu-se o mundo, seus afetos, seus critérios e horizontes.
Passeia nesse território por acaso de data e comércio. É mãe e conhece a diferença, da anti-mãe à aquela que faz acordos, doa, socorre.
Uma concepção de humanidade mais extensa. Não é preciso mais que os próprios recursos e uma boa dose de amizade. Essa grandeza está na mais miserável das mulheres, se apresenta no que ostentam em segredo: o seio, riqueza e propriedade de todos os filhos, generosidade mecânica, orgânica... Sabedoria cósmica.
Guardem o dinheiro. Isso está muito além...
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