terça-feira, maio 29, 2007

Holograma de vidro e o poema para a múmia


Na radiografia aquela visão plana, eu queria mais... Depois as três dimensões e eu querendo mais, daí uma visão além da radiação, eu quero ver sua aura e quero mais. Eu veria até a boca arreganhada da caveira sorrindo, depois recompunha ou compunha uma imagem. Quantas fisionomias podem se transformar até serem ninguém em nenhures?


No holograma de vidro vejo seus pensamentos e desejos, seus anseios e fracassos, até onde vai a sua dor e que não conheceu nunca o amor. Vive fazendo heróis para superar sua falibilidade, coisa por sinal muito comum e humana, mas nunca te disseram isso, ninguém diz o que precisa saber porque seus heróis são necessários, palhaços divertidos.


No grande circo das letras as palavras se revolvem e ganham matizes e sentidos inesperados, é assim também com as coisas do coração, sentimentos são mais fugazes que imagens de um caleidoscópio, nunca voltam nem se repetem.


Esse é o legítimo delírio que Ophélia reservou para hoje.

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