sábado, outubro 13, 2007


"onde mora o sonho/a lua é um lustre de cristal/tem um rei risonho/ que aboliu o bem e o mal..."


todas as manhãs me surpreendem com urgência e medo, um amor consolidado, sedimentado, adulto, desses que não se vergam nem com os piores furacões e que eu não vou perder, mesmo sabendo que seu objeto está de partida, não vou perder porque já faz parte de mim esse amor que parece até que já nasceu comigo...


é um amor desses que faz a gente rir diante das piores situações, faz você caminhar quando as pernas tremem, é um sol particular que te enche de coragem e quando derrama suas lágrimas porque também provoca dor, é uma dor que te faz repleta de vida. não se perde amor assim, ele se cristaliza, se dinamiza, te move nessas noites sombrias, te sacode pela manhã.


é assim grávida de contradições e coragem que tem sido os dias.


está se aproximando o momento dessa separação material, hora de separar joio e trigo, eu quero ser grande do tamanho do amor que eu levo comigo, da camaradagem, da amizade, do riso compartilhado. quando chegar a hora, quero estar à altura de tudo que me foi dado, quero usufruir dessa solidão nova, pensando que ele ainda está ao meu lado.


"pôs em seu lugar mil pássaros de cor/que num gorjear, secam qualquer lágrima de dor"


Arrigo Barnabé

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