sexta-feira, novembro 16, 2007

último post no tema heavy


"Depois de mim, o dilúvio."


Tá muito heavy, não tem flores, nem chuva, nem lua, nem bares e bordéis nesse momento de entresafra. Bem que tem tempo perdido nos parênteses de viagens. O passado transborda e sempre repete fórmulas desgastadas. E por acaso amor não falta, esbarro em amor o dia todo, são morangos com vodca, é o sol detrás da cortina, é brigadeiro e carro apressado.


Rimas que me irritam profundamente eu exilo, extradito pro lixo e desprezo trocadilhos. Esoterismo e explicações. Sadia saudade e a louça está limpa. Colega me entenda, quando é ponto, .


Amanhecendo amanhã, estarei manhã mesmo na varanda, esperando, esperando que os próximos dias nascentes me tragam alívio, como ensinava a negra dama enquanto amassava pães de queijo na aurora e falava pausadamente de coisas que ainda estou por entender.


Quando liga a madrinha contando estórias, estórias que eu quero esquecer. Quero ser gentil, quero que não se sinta só. Tantos anos e fé me exasperam, a cruz, a cruz e a cruz, esse cristianismo castigando história a fora, liturgia, perdão, pedofilia, come essa hóstia aqui.


O telefone toca e parece distante, é bom estar distante.


Os laços, os nós, os desatamentos por consolidar. Da minha arca eu vejo: o grande dilúvio vai passar.

terça-feira, novembro 06, 2007

Pulando a própria sombra


Hoje os compromissos práticos engoliram meu tempo. Tomo café, não leio e não escrevo nada que preste. Os últimos dias tenho sobrevivido ao que há de mais non sense em matéria de discursos, uma verdadeira galeria de interlocutores delirantes. A maior surpresa é que numa passagem relâmpago pelo litoral resgatei uma ótica mais leve de relacionamento gratificante. Nada das providências que eu preciso tomar me apetecem. Se você perdeu um amigo é porque ele não era mais seu amigo, não fede nem cheira. Se você ganhou amigo, tá no lucro.


Mas o meu amigo que eu perdi mesmo, era um que eu nunca mais vou ter outro nem parecido e a gente queria ficar juntos mais tempo, isso que dá raiva. Eu queria o sentimento da amizade dele sempre...


Pegando o ritmo do livro novo, não conto nada ainda, é muito além das minhas expectativas, só precisava ter mais tempo para me dedicar a sua leitura.


Toda hora eu quero pensar noutra coisa, mas a tristeza que eu sinto parece que contagia tudo que me aparece pela frente. Uma tristeza meio besta assim, que fica na cara da gente. Não quero dar mais bandeira, estou fingindo que é preocupação.


Isso em processo sucede, oscilando entre claro/escuro. Daí a desculpa furada do momento: ninguém pula a própria sombra! Numa das últimas vezes que nos falamos, brinquei dizendo: agora vamos sumir daqui e fazer uma festa, ele disse não: uma farra! Tá rolando no andar de cima.